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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Menos emprego, mais trabalho


Menos emprego, mais trabalho

Denise Juliani
(publicado no Jornal da Tarde em 30/07/2012)

    O emprego formal, com carteira assinada, está acabando. E não se trata simplesmente de um reflexo da crise iniciada em 2008 e que abateu milhares de postos de trabalho (principalmente nos Estados Unidos e na Europa). É uma tendência mundial que vem se desenhando há pelo menos 30 anos. Desde a década de 1970, economistas e estudiosos abordam essa perspectiva, que se acentua à medida que se popularizam os meios digitais.
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Não significa necessariamente que faltará trabalho. Afinal, o emprego é bem mais recente que o trabalho. O trabalho existe desde que o homem começou a usar ferramentas e utensílios e a transformar a natureza. Já o emprego é um conceito recente na história da humanidade, da época da Revolução Industrial. O emprego “é a relação estável, e mais ou menos duradoura, que existe entre quem organiza o trabalho e quem realiza o trabalho. Uma espécie de contrato no qual o possuidor dos meios de produção paga pelo trabalho de outros, que não são possuidores dos meios de produção”, define o Dicionário do Pensamento Social do Século XX (Editora Zahar).
O fato é que o emprego com carteira assinada e no qual o funcionário atua por longos anos até se aposentar vem se retraindo e dando lugar a novas relações entre contratante e contratado, como o trabalho temporário, o desenvolvimento e a execução de um projeto e também a atividade autônoma. Mais ou menos como aconteceu nos últimos 30 anos, com o processo de terceirização: era uma novidade e encontrava grande resistência entre os sindicatos e hoje é parte normal do cenário econômico.
As grandes fusões e aquisições de companhas tendem a se intensificar, ampliando a concentração em vários ramos e, com isso, as vagas vão se enxugando no grande processo de ‘sinergia’. Com isso, perdem-se empregos, mas a expectativa é que se criem ‘trabalhos’. Especialistas dizem que, assim como aconteceu com a terceirização, as empresas cada vez mais repassarão funções alheias a suas operações para indivíduos e empresas de menor porte.

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